Sermão pregado na manhã de domingo do dia 30 de julho de 1876
por Charles Haddon Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres, Inglaterra
“Enoque viveu sessenta e cinco anos e gerou a Metusalém. Andou Enoque com Deus; e, depois que gerou a Metusalém, viveu trezentos anos; e teve filhos e filhas. Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos. Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si.” Gênesis 5:21-24.
“Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus. De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.” Hebreus 11:5-6.
“Quanto a estes foi que também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor entre suas santas miríades, para exercer juízo contra todos e para fazer convictos todos os ímpios, acerca de todas as obras ímpias que impiamente praticaram e acerca de todas as palavras insolentes que ímpios pecadores proferiram contra ele.” Judas 1:14-15.
TODA informação verdadeira que temos sobre Enoque está nas três passagens das Escrituras que li. Seria perda de tempo completá-las com fantasias de antigos comentaristas. Enoque é chamado de o sétimo depois de Adão para distingui-lo do outro Enoque, da linhagem de Caim, o qual foi o terceiro depois de Adão. Nos primeiros patriarcas, Deus quis manifestar aos homens pequenas porções da Sua verdade com relação à verdadeira religião. Esses homens dos tempos antigos não só foram, eles mesmos, ensinados por Deus, como também se tornaram professores da sua geração e tipos nos quais grandes verdades de Deus foram mostradas. Abel ensinou a necessidade de se chegar ao Senhor com sacrifício, a necessidade da expiação pelo sangue — ele colocou o cordeiro sobre o altar e selou seu testemunho com o próprio sangue. A expiação é uma verdade de Deus tão preciosa que é uma honra morrer em sua defesa e, desde o princípio, é uma doutrina que tem garantido seus mártires, os quais, mesmo mortos, ainda falam.